27
out
2014

Caso Brunno: As duas facas e a nulidade da gravação de confissão…

A contradição de versões quanto a autoria do crime que vitimou o assessor jurídico Brunno Matos só deve ser solucionada depois do resultado do laudo pericial feito na faca usada no assassinato e a reconstituição do fato. A hipótese de duas facas e dois autores é uma possibilidade que ainda não foi descartada pela polícia.

O prazo legal para a divulgação do resultado da perícia é de 30 dias, mas segundo o delegado que preside o inquérito, Márcio Dominici, é provável que esse período seja reduzido. “Esse é o prazo determinado por lei, mas, da forma que a investigação está ele não deve ser tão extenso”, estimou.

A participação de duas pessoas no crime não foi descartada pelo delegado. A confirmação ou não depende também do laudo pericial que vai mostrar se existia sangue de Brunno na faca que ficou presa nas costas de Kelvin Kim Chiang, ferido na confusão. “Não descartamos essa  hipótese de duas facas, apesar de nada apontar diretamente para isso”, informou Márcio Dominici.

Gravação de confissão pode não ter valor legal

O vigia João José Nascimento Gomes compareceu diz 20/10 à sede da OAB/MA

O vídeo gravado pelo advogado Adaiah Martins Rodrigues Neto, foi feito sem a autorização do vigia João Nascimento Gomes, seu ex-cliente e suspeito de envolvimento na morte do assessor jurídico Brunno Matos. A informação é do presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB-MA, Luís Antônio Pedrosa. Na filmagem, o vigia aparece de costa conversando com o advogado.

De acordo com Pedrosa, a autorização prévia de uma gravação de depoimento precisa ser feita com o consentimento do depoente, especialmente como garantia jurídica para o sistema de segurança. “O fato dele ter sido filmado dá a entender que pode ter havido, no mínimo, constrangimento ao vigia”, disse o advogado.

Embora a gravação deva ser contestada pelo novo advogado de João Gomes, a reportagem da TV Guará apurou que o vídeo não foi sequer incluído nos autos do processo. Na prática, somente outros depoimentos ou o resultado do laudo pericial na faca podem apontar se o vigia teve ou não participação no crime.

A gravação feita de maneira irregular reforça a tese de coação, denunciada pela mãe de João Gomes e por ele próprio na comissão da OAB e da Assembleia Legislativa. Além de seu depoimento negando a participação, o testemunho do irmão de Brunno e de um amigo atribuindo a autoria dos golpes ao universitário Diego Polary, também podem inocentar o vigiante. Polary é o único suspeito de envolvimento no crime que permanece solto. Carlos Humberto Marão Filho e João Gomes estão detidos.

0 Comentários

Deixe o seu comentário!

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do autor deste blog.

  • Você também pode comentar usando o Facebook!