05
set
2024

ÁUDIO BOMBA! Candidato a vereador detalha esquema criminoso na folha de pagamento da prefeitura de Raposa

De acordo com o candidato a vereador José Ademar, o seu salário foi dobrado por ordem do prefeito Eudes Barros. Ele conta que o vencimento cai na conta todo mês sem que ele trabalhe, só que o dinheiro é depositado na conta do seu enteado: “A prefeitura repassa pra ele e ele repassa pra mim.”

Um áudio bombástico gravado esta semana, ao qual o Blog do Domingos Costa teve acesso nesta quinta-feira (05), revela um esquema criminoso relatado pelo senhor José Ademar da Silva Filho, candidato a vereador pelo município de Raposa, filiado ao partido Agir, do grupo político do atual prefeito Eudes Barros, do PL, que concorre à reeleição.

Segundo o candidato a vereador, ele teve de desincompatibilizar-se do cargo de motorista escolar de um ônibus da prefeitura. No entanto, continua recebendo seu salário mensalmente por meio de um artifício fraudulento criado pelo prefeito Eudes.

Ademar explica também que o prefeito autorizou dobrar o seu salário. O candidato conta, ainda, que, apesar da decepção em relação ao gestor municipal, não pode romper, pois possui seu cargo na Secretaria de Educação e sua esposa também recebe na folha de pagamento da prefeitura.

“Pois deixa e te falar, eu vou falar aqui só pra nós. Eu sei que vocês estão lá, eu sei que eu tô aqui, mas eu tive uma decepção muito grande terça-feira. Muito grande! Eu não sou mais decepcionado, porque minha mulher é empregada, eu trabalho no escolar [ônibus], meu salário lá é dobrado, como eu te falei, é dobrado. Ele [o prefeito] dobrou. E outra, o meu salário todo mês cai, sem eu trabalhar”, confessou o candidato a vereador do grupo do prefeito Eudes.

Ainda conforme o áudio, Ademar diz também que levou o filho da sua esposa para abrir uma conta no Banco do Brasil com a finalidade de receber salário em nome do jovem. Nesse caso, o enteado de Ademar atua como um “funcionário fantasma”, aquele que recebe salário mensalmente, mas nunca compareceu ao local de trabalho para exercer a função pública de confiança para a qual foi nomeado.

“Porque tem muitos candidatos que são candidatos, mas não recebem nada. Nada de prefeitura. E eu recebo todo mês, o meu salário cai, só que não cai mais na minha conta. Eu tive que levar o meu enteado pra abrir uma conta no Banco do Brasil, o dinheiro cai na conta dele, pra ele repassar pra mim. A prefeitura repassa pra ele e ele repassa pra mim. Não pode ser mais diretamente na sua conta, né!? Porque eu tô afastado do cargo de motorista escolar da prefeitura”, revela Ademar.

Investigação do GAECO e, agora, do MPE

Atualmente, o Ministério Público, por meio do GAECO – Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas, investiga a existência de um grupo criminoso instalado na prefeitura de Raposa com a finalidade de desviar recursos públicos por meio de funcionários fantasmas na gestão do prefeito Eudes Barros.

Agora, o áudio revelador de Ademar aponta para uma nova modalidade desse crime, que é a substituição de funcionários comissionados que se desincompatibilizaram dos cargos para disputar vaga na Câmara de Vereadores por nomes de familiares e/ou amigos para recebimento de verba pública por meio de salário.

Seria uma espécie de evolução da “rachadinha”, que, na gestão do prefeito Eudes Barros, se transformou em “rachadona”. Obviamente, todo esse esquema criminoso será denunciado à Justiça Eleitoral para a devida investigação em uma volumosa Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) nas eleições em Raposa.


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