Um áudio (ouça acima) atribuído a Wilson Carlos Everton Silva, conhecido como “Wilson Via Box”, empresário que foi secretário municipal de Obras a maior parte do mandato do prefeito do município de Barreirinhas, Amílcar Gonçalves Rocha (PCdoB), revela um esquema de compra de votos por meio de troca de cimento e, também, ameaça de morte contra um morador da cidade.

O áudio bombástico foi enviado por “Wilson Via Box” a uma pessoa que não teve o nome revelado. Ele ameaça de morte a pessoa, diz que se o morador receber o cimento e não votar em sua esposa, Sandra da Silva Carneiro (SD) para vereadora e em Léo Costa (Podemos) para prefeito, vai morrer.

O ex-secretário Municipal de Obra de Amílcar, hoje aliado de Léo Costa, fala abertamente do esquema: “Pronto, em Riacho do Meio, eu quero uns votinhos lá, fala com tua família lá, e tem negócio viu?! Entendeu né?! Não pode falar o nome, entendeu né?! Eu quero lá pelo menos uns 20 (vinte) votos viu?! Ajeita por lá, coisa séria, porque se não votar morre também viu?! Outra coisa também, quantos sacos de cimento ficou lá?”.

A revelação do áudio ameaçador e que contém crime de ordem eleitoral, foi encaminhado para a Secretaria de Segurança Público e para o Ministério Público Eleitoral a fim de que as devidas providências sejam devidamente tomadas.

– Histórico de “Wilson Via Box”

Wilson Via Box é um verdadeiro “camaleão” da política barreirinhense. Ele já foi vereador da cidade e durante a desastrosa gestão Léo Costa [2013 a 2016], exerceu a função diretor da empresa de limpeza pública do município.

Entre 2017 e 2020, foi um dos vereadores que apoiou Amílcar Rocha a se tornar prefeito. Quando eleito, o prefeito entregou a secretaria Municipal de Obras a “Wilson Via Box”. Contudo, após uma verdadeira avalanche de denúncia, ele foi demitido.

Hoje, a esposa do empresário é vereadora de mandato e concorre a reeleição com o nome político “Sandra Via Box”.

Wilson apoia para prefeito Léo Costa e o compromisso deles, caso seja eleito, é fazer de “Via Box” novamente o secretário Municipal de Obras.

– Retirada ilegal de areia  bairro Amapá em Barreirinhas

Em abril deste ano, Wilson Carlos Everton Silva virou alvo do Ministério Público do Maranhão. A pedido do MP-MA, a Justiça concedeu liminar para suspender a atividade de extração de areia promovida por Wilson Via Box, em terreno situado na Rua Raimundo Diniz Correia, no bairro Amapá, em Barreirinhas.

De acordo com o promotor de justiça Francisco de Assis Silva Filho, o Ministério Público, no dia 5 de abril, tomou conhecimento, por moradores do Bairro Amapá, de que Wilson Via Box vinha extraindo areia em grande escala da encosta do morro em que ficam edificadas suas casas. Na ocasião, a comunidade revelou preocupação com o risco de deslizamento de terras e, por consequência, desmoronamento de suas residências e possíveis ocorrências de outros eventos fatídicos.

Em seguida, a Promotoria instaurou procedimento administrativo para averiguar o caso. Foram requisitadas informações junto às Secretarias Municipais de Meio Ambiente (Semma), Obras, Serviços Públicos e Urbanismo (Semosp) e Segurança Cidadã (Defesa Civil) e à 4ª Companhia Independente de Bombeiros Militar, a respeito das providências sobre o caso.

O membro do Ministério Público indagou dos órgãos públicos se havia sido emitida alguma licença ambiental para o empresário realizar a extração de areia no local.

A Semma, em sua resposta, declarou que não expediu nenhuma licença ou autorização ambiental ao requerido, bem como não existe até o momento nenhum requerimento em nome do empresário para fins de extração de areia.

Já o requerido em sua defesa preliminar informou que pretende construir na área e que era preciso tirar areia do local. No entanto, ele não comprovou a licença ambiental junto aos órgãos competentes para tal fim.

O promotor de justiça Francisco de Assis Silva Filho afirmou que a atividade de extração de areia é absolutamente irregular, segundo a legislação ambiental. “Ela não foi precedida da necessária licença ambiental, expedida pelo órgão competente, mesmo sabendo-se que a extração de areia é uma atividade modificadora do meio ambiente, o que necessitaria para concessão de tal licença a aprovação de EIA/RIMA (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório do Impacto Ambiental)”, acrescentou.

Moradores denunciaram “Wilson Via Box”, o MP-MA pediu e a Justiça suspende extração de areia por empresário em Barreirinhas…