23
set
2024

Pesquisa que inventou resultado em Paço do Lumiar é acusada de fraude em outros dois estados

Instituto AR7 Pesquisa de Opinião e Consultoria Estatística,

Instituto AR7 Pesquisa de Opinião e Consultoria Estatística.

O Instituto AR7 Pesquisa de Opinião e Consultoria Estatística, que divulgou nesta segunda-feira (23) uma pesquisa eleitoral “inventada” sobre a disputa para a prefeitura de Paço do Lumiar, está no centro de polêmicas por sua atuação duvidosa em campanhas eleitorais anteriores.

A pesquisa divulgada conseguiu a façanha de aumentar o percentual de um candidato em mais 25 pontos percentuais.

A credibilidade dos dados é amplamente questionada, dado o histórico do instituto.

A empresa AR7 já acumula diversas condenações em processos na Justiça Eleitoral por divulgação de pesquisas fraudulentas em municípios espalhados pelo Brasil. Em um desses processos, julgado pela 80ª Zona Eleitoral de Olímpia, São Paulo (n. 0600131-47.2020.6.26.0080), o juiz reconheceu irregularidades graves na condução de pesquisas pela empresa. Entre as falhas destacadas estão a falta de referências ao contratante, ausência de dados sobre os bairros pesquisados, inexistência de método de coleta de dados, além de a empresa sequer possuir um endereço físico registrado.

O juiz Lucas Figueiredo Alves da Silva, responsável pelo caso em Olímpia, decidiu pela proibição da divulgação da pesquisa e determinou a instauração de inquérito policial para apuração dos fatos na esfera criminal.

Outro caso envolve o Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina, onde a empresa foi condenada a suspender a divulgação de pesquisas devido ao valor considerado irreal para a realização dos levantamentos. O relator, juiz Wilson Pereira Junior, destacou que o valor registrado para uma pesquisa era extremamente baixo para o trabalho necessário, sugerindo que os dados poderiam ser manipulados. Além disso, investigações do Conselho Federal de Estatística já foram abertas para apurar a conduta do proprietário, o estatístico Augusto da Silva Rocha.

Essas decisões lançam dúvidas sobre a credibilidade das pesquisas divulgadas pela AR7, incluindo o levantamento recente em Paço do Lumiar. A empresa enfrenta ainda investigações em vários estados e pode responder criminalmente por suas práticas. Apesar das sucessivas condenações e processos, a empresa continua atuando em campanhas eleitorais, levantando preocupações sobre a influência de pesquisas potencialmente manipuladas no processo democrático.

O Ministério Público Eleitoral acompanha de perto o caso, e novas medidas podem ser tomadas para garantir a transparência e a lisura das eleições em Paço do Lumiar e em outras regiões onde a AR7 atua.

1 Comentário

  1. Rodrigo disse:

    Quer dizer que a pesquisa do teu candidato é a correta? 81% o seu candidato, que façanha.

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