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2025
RECORDAR É VIVER: Já que o assunto é “espionagem”, vamos lembrar do Coronel Eron em pleno governo Flávio Dino

Hoje na reserva, Cel. Heron se tornou réu por falsificação de documento e determinação de operação sem ordem superior; MP-MA ofereceu denúncia, o acusando de comandar um esquema de espionagem de adversários do governador Flávio Dino durante as eleições de 2018.
A política do Maranhão esquentou nesta segunda-feira (13) no instante que os deputados federais Márcio Jerry, do PCdoB, e Rubens Pereira Júnior, do PT, vieram a público por meio de publicações em suas redes sociais alegar que foram vítimas de gravação de áudio ilegal.
Mas na verdade, não se trata de “espionagem”, conforme apuração do Blog do Domingos Costa, os parlamentares “falaram demais” durante ligações telefônicas e, também, em reunião “secretas” e fizeram revelações de crimes graves que devem causar grande prejuízo político ao seu grupo.
Pois bem, dito isto, já que o assunto da vez é a tal “espionagem”, então, o Blog do DC separou um recorde temporal da política maranhense que ainda hoje é muito presente nos debates, envolvendo a espionagem escancarada relevada pela imprensa maranhense liderada pelo Coronel da Polícia Militar do Maranhão, Heron Santos, hoje no quadro da reserva.
Abril do ano de 2018, o governador do Maranhão era Flávio Dino, do PCdoB, instante que surge o deputado estadual Wellington do Curso, por meio do ofício de nº 11/2018 [protocolado no dia 20 de abril de 2018], no qual pede investigação pelo fato do governo estadual através da PMMA, utilizar o aparato da polícia para promover o monitoramento e perseguição política dos adversários do chefe do Palácio dos Leões.
Neste caso, o Ministério Público do Maranhão por meio do promotor de Justiça Clodomir Lima Neto, da 2ª Promotoria de Justiça Militar de São Luís, ofereceu denúncia contra o coronel da Polícia Militar, Heron Santos, acusado de comandar um esquema de espionagem de adversários do governador Flávio Dino, do PCdoB, durante as eleições de 2018.
– Detalhes do caso de espionagem
De acordo com o boletim reservado nº 30, o Comandante Geral da PM-MA, coronel Jorge Luongo, convidou o coronel Herón Santos para realizar o planejamento da Operação Eleições 2018, porém não foi formalizada portaria que incumbisse Herón do encargo. Heron Santos é ex-comandante do policiamento do interior e já foi candidato a deputado estadual em 2014, pelo PCdoB, partido do então governador Flávio Dino.
Após o pedido, o coronel Herón teria tomado a iniciativa, de forma unilateral, de elaborar uma planilha e anexado um memorando com a ordem de que “Os comandantes de área deverão informar as lideranças que fazem oposição ao governo local (ex-prefeito, ex-deputado, ex-vereador) ou ao Governo do Estado, em cada cidade, que podem causar embaraços no pleito eleitoral”, sem a aprovação do Comandante ou do Subcomandante Geral da PM.
Em continuidade, Herón entregou a planilha ao coronel Zózimo (Comandante de Policiamento do Interior), que repassou ao tenente-coronel Emerson Farias para providenciar a distribuição às unidades do interior do Estado. Emerson determinou a elaboração do memorando ao tenente-coronel RR Porto, salientando que a planilha elaborada pelo coronel Herón deveria ir anexa.
O memorando foi elaborado e levado para assinatura do coronel Zózimo, mas como não estava presente, o tenente-coronel Emerson teria assinado por delegação o documento, de forma deliberada, sem o conhecimento de Zózimo.
Depois da assinatura, o memorando foi distribuído para os comandos do interior do estado e encaminhado para as unidades. Após isso, testemunhas afirmaram que Herón cobrava da major Ana Paula Fróes, do tenente-coronel Emerson e do soldado S. Campos o retorno das informações das unidades do interior. O coronel Herón negou e disse que cobrou o retorno uma única vez ao tenente-coronel Emerson.
Ainda de acordo com a apuração da sindicância, a cobrança do coronel Herón acontecia, principalmente, por meio da major Ana Paula, que cobrava dos digitadores o recebimento das respostas nos prazos estipulados.
Após as cobranças, alguns comandos começaram a informar unidades subordinadas a fazer o levantamento e remeter aos Comandos de Policiamento do Interior. Nesse contexto, o major Antônio Carlos Araújo, com intuito de dar celeridade à solicitação, teria utilizado, sem autorização, a assinatura em mídia do coronel Markus e confeccionado um ofício para comandantes do 5º e 18º Batalhões de Polícia e 1ª e 15ª Comandos do Interior. Teria sido esse um dos documentos que a mídia maranhense repercutiu após ter acesso.
Com o resultado da sindicância, foi determinado à Diretoria de Pessoal a expedição de um Formulário de Transgressão Disciplinar contra quatro oficiais da PM, entre eles, Coronel Herón, por elaborar a planilha com a ordem de que “Os comandantes de área deverão informar as lideranças que fazem oposição ao governo local (ex-prefeito, ex-deputado, ex-vereador) ou ao Governo do Estado, em cada cidade, que podem causar embaraços no pleito eleitoral”.
– Pouco avanço e segredo de justiça
Desde que a denúncia foi aceita, em 23 de julho de 2019, a ação penal teve pouco avanço e enfrentou dificuldades para realizar a tomada de depoimento dos réus e das testemunhas. Para completar, a Vara de Auditoria Militar colocou sob segredo de justiça a ação penal sobre suposto uso da estrutura da Polícia Militar do Maranhão para espionagem de opositores do governador Flávio Dino (PSB) nas eleições de 2018.
Na época do caso de espionagem, o secretário de Segurança Pública do Maranhão era Jefferson Portela. E adivinhem quem era o padrinho político do Coronel Eron? Rubens Pereira, o Rubão! Pai do atual deputado federal Rubens Pereira Júnior, que hoje – oito anos após a espionagem do Coronel, reclama de gravação ilegal…
Atualmente o Coronal Eron é chefe de Gabinete do prefeito de Raposa. Ele suas muitas atribuições, o coronel aposentado possui “contatos” com dezenas de empresários que “prestam” serviços para aquela prefeitura, e também, é visto com frequência em “andanças” com o prefeito Eudes Barros por Brasília.

O ofício que deu inicio às investigações…
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