Durante a conversa por telefone ao programa da Difusora AM Difusora em Debate, o detento rebateu o resultado da vistoria realizada pelo Conselho Nacional de Justiça no sistema prisional do Maranhão.
O relatório também confirmou que as mulheres de presos são colocadas de uma vez nos pavilhões e as celas ficam abertas, o que favorecia os abusos. “Eu posso te dizer que dentro da nossa facção não tem nenhum estuprador. Nós não ‘apoia’ esse tipo de coisa, nós ‘tem’ família, tem filho, tem mulher, tem esposa”, afirmou o detento.
Segundo o detento, houve um equívoco na elaboração do documento. “Ele (juiz Douglas de Melo) disse que visitou todos os presídios, mas o presídio que eu ‘tô’ aqui ele não visitou não. E vários eu sei que ele não visitou. É inverídico o que ele ‘tá’ falando”, garantiu. De acordo com a equipe que participou da vistoria, o acesso às unidades só foi autorizado depois negociação com os lideres de facções. Ele ataca o sistema penitenciário do Maranhão e classifica como injusto. “É um sistema corrupto e covarde.
Como é que ‘tu vai’ ressocializar alguém só botando dentro de uma cela sem dar uma estrutura?”. O relatório também falou sobre a superlotação dos presídios. O conselho reconhece o problema e pede solução ao governo do estado. “Tem uns 15 (detentos), era pra ter uns sete. Eles ‘bota’ duas ‘facção’ só em um presídio. Ele ‘tá’ acendendo uma vela pra Deus e outra pro diabo”.
Um retrato da desorganização do sistema carcerário do Maranhão. “O celular ‘nós usa’ pra falar com nossa família”. (Do Idifusora)
0 Comentários