Coletiva de imprensa
Durante coletiva de imprensa na sede da secretaria de segurança pública do estado, na tarde desta terça(5), a Policia Civil – por meio da Superintendência de Investigações Criminais (SEIC) – e o Grupo de Combate do Ministério Público do Maranhão (GAECO), representado pela Procuradora Geral de Justiça, detalharam os desdobramentos da operação. Segundo contaram, a deflagração culminou no cumprimento de seis mandados de prisão temporária, 14 de condução coercitiva e 51 mandados de busca, apreensão e sequestro de bens, em cinco municípios do Estado.
Operação conjunta
Participaram da coletiva, o delegado-geral da Polícia Civil, Augusto Barros, o adjunto da Polícia Civil, delegado Lawrence Melo, os delegados Roberto Fortes, Wang Chao e Guilherme Sousa, que compõem a comissão de investigação de agiotagem, e os promotores do Ministério Público Marco Aurélio Rodrigues e Marcos Valentim Pinheiro.
Des. Raimundo Melo
Antes de expedir os mandados de prisão, condução coercitiva e busca e apreensões, o desembargador Raimundo Melo analisou os pedidos da Polícia e do Ministério Público e entendeu por bem deferi-los, justificando que da análise da documentação trazida ao pedido cautelar, mostra-se forte os indícios de que os representados integravam grande organização criminosa destinada a desviar recursos das prefeituras Municipais de Zé Doca e de Marajá do Sena, o que preenche o requisito legal para decretação do edito temporário, busca e apreensão e condução coercitivas.
Nome das operações
As operações desencadeadas foram denominadas “Morta-Viva”, em alusão à criação de empresas em nome de pessoas já falecidas e “Maharaja”, em alusão ao município de Marajá do Sena, que está entre os municípios mais pobres do país. As operações denominadas “Marajá” e “Morta Viva”, – que tiveram como alvo as prefeituras de Marajá do Sena e Zé Doca, respectivamente, são desdobramentos da “Operação Detonando”, que investigou o assassinato de Décio Sá, em 2012, prendendo o empresário Gláucio Alencar e de seu pai, José Miranda, acusados de mandar matar o jornalista, e de comandar uma rede de agiotagem com ramificação em diversas prefeituras do Estado.
Caderno de Gláucio Alencar
Segundo a SEIC e o Ministério Público, durante a “Operação Detonando”, foi apreendida farta documentação, em especial um caderno pertencente a Gláucio Alencar, que continha diversas anotações referentes a valores, nome, ou apelidos de alguns gestores, números de contas bancárias de programas federais e do fundo de participação dos municípios (FPM).
Objetivo da operação
De acordo com o delegado Geral, Augusto Barros, quanto mais se investiga mais se encontra, ele disse que a ação é uma nova etapa do trabalho da Polícia Civil contra agiotagem. “O objetivo da operação é contribuir positivamente para o aprimoramento da democracia e cidadania em nosso estado, por meio da repressão pela Polícia Civil de práticas criminosas na gestão pública”, afirmou.
Delegado Fortes
O presidente da comissão de investigação de agiotagem, delegado Roberto Fortes, enfatizou que o trabalho apenas começou e destacou o apoio irrestrito do secretário de Segurança Pública nas investigações. “A corrupção é um mal que nos assola e precisa de um basta. Esses gestores estavam sangrando os cofres públicos, entregando os municípios nas mãos de agiotas. Vamos continuar com o nosso serviço. Há muito o que fazer. Quanto mais se investiga mais corrupção se descobre”, afirmou.
Apressões
A polícia também informou que foram encontrados com os agiotas diversos cheques de prefeituras, diversos documentos de veículos e de várias empresas, além de farta documentação, tudo foi apreendido.
Empresas fantasmas
A polícia confirmou a existência de centenas de empresa fantasmas criadas exclusivamente para lavar dinheiro e desviar recursos públicos. Somente uma empresa fantasma movimentou mais de 46 milhões de reais, atuando em diversos municípios.
Fortuna
Através das fraudes nas prefeituras maranhenses, a rede de agiotagem adquiriu diversos bens, como automóveis, caminhões, máquinas, apartamentos, entre outros. Tudo está sendo monitorando pela polícia.
Promotor Marco Aurélio
Para o promotor de Justiça Marco Aurélio Rodrigues, essas ações são fundamentais para melhorar a qualidade de vida da população maranhense. “Não estamos agindo de forma isolada. A parceria com a Polícia Civil é fundamental. Toda investigação está sendo acompanhada pelo judiciário. Vamos analisar documentos, cheques; checar a lavagem de dinheiro e o enriquecimento ilícito. Será dada continuidade aos trabalhos de investigação” pontuou.
R$ 100 milhões
Delegados que investigam a agiotagem no Maranhão juntamente promotor público Marco Aurélio acreditam que o esquema da agiotagem no Maranhão já envolveu mais de R$ 100 milhões nos últimos 7 anos.
Prisão de Nixon
O prefeito de Bacuri, Richard Nixon dos Santos, estava sendo monitorado desde a sua partipação em um Simpósio de Segurança Pública na Baixada maranhense, quando foi seguido até o Ferry–Boat, ocasião que foi preso, e conduzido para sede da SEIC.
Mais prisões
O Promotor Marco Aurélio informou que logo logo a polícia baterá a porta dos demais envolvidos no esquema de agiotagem nas prefeituras maranhenses. A prisão temporária dos cincos que foram presos hoje(5), é de cinco dias, podendo ser prorrogada por mais cinco.
Natin Foragido
O delegado Geral da Polícia, informou que o ex-prefeito do município de Zé Doca-MA, Raimundo Nonato Sampaio, mais conhecido como Natim (PSC), encontra-se foragido. Com mandado de prisão expedido, Natim não foi encontrado pela polícia em nenhum de seus endereços. Na residência do prefeito Edvan Costa, os policiais apreenderam uma pistola 380, um revólver calibre 38 e várias munições, além de jóias e dinheiro. Ele vai ser autuado em flagrante delito pelo crime de posse ilegal de arma de fogo. Ainda segundo a polícia familiares informaram que Natim está em um garimpo no estado do Pará.
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